27/05/2014

Cobalchini federal tira eleição de Maldaner ou Colatto

Por: Adriano Ribeiro

Em uma aula, destas que só se tem em campanha política, ouvi daquele que é uma lenda em andanças do seu PMDB ou MDB como gosta de chamar, o ex-prefeito de Caçador, Imar Rocha, o Coco, que campanha de vereador ou deputado é inglória. Explicou-me: ‘teu concorrente é o teu aliado mais próximo’, visto que disputa a mesma base eleitoral, aquela dos militantes do partido.   Recorro a esta passagem para explanar sobre o que pode acontecer a partir da pré-candidatura do caçadorense Valdir Cobalchini (PMDB) a deputado federal. Na última eleição elegeu-se como o mais votado do PMDB com 62.465 votos. Compartilhou estes votos, especialmente em sua base, o Meio-oeste, com vários parceiros que concorreram ao Congresso Nacional, especialmente Celso Maldaner, Valdir Colatto e Mauro Mariani.    Em política não há como carimbar votos como seus, mas é lógico que existe uma sinalização, uma aproximação do eleitor para votar em quem aquele mais próximo aponta. Pois agora, com Cobalchini federal, esses votos que migraram para parceiros peemedebistas deverão regressar a um nome que já é consolidado em toda a região Meio-oeste.  Mauro Mariani, neste contexto, seria o menos prejudicado. Caso concorra a reeleição, tem ‘gordura de sobra’ para queimar. Fez 186.733 votos na eleição em 2010. Calcula-se que neste ano, uma eleição a federal no PMDB fique em 100 mil votos. Um seja, se perdesse praticamente 40% dos votos que fizera, estaria reeleito.        Para escrever este artigo tive o cuidado de me apoiar em números. Política é sentimento, ideal comum, mas também matemática. Sem votos necessários não há eleito. Não há político. Constatei através dos números que Celso Maldaner e Valdir Colatto (que ficou como suplente na última eleição) seriam os deputados federais atuais mais prejudicados com uma candidatura do Caçadorense. Ambos têm nas cidades do Meio-oeste a maioria das quais, fizeram mais de 100 votos em suas respectivas campanhas.        Colatto fez 27.484 votos ou 32% de seus 86.725 votos em cidades onde sua foto apareceu na urna por mais de 100 vezes. Estes municípios, a imensa maioria são do Meio-oeste: Videira (1.839); Caçador (1.129); São Lourenço do Oeste – onde Cobalchini é forte – (1.008); Joaçaba (845); Curitibanos (803); Fraiburgo (553) e por ai vai; Tangará, Iomerê, Lebon Régis, Calmon, Rio das Antas etc. Ver gráfico ao lado.          Com Maldaner a “dependência do meio-oeste” é ainda mais intensa. São 26.906 votos ou 28,5% em cidades onde fez mais de 100 votos. Destas, as mais votadas são todas da região: Videira (3.968); Campos Novos (2.922); Caçador (2.519); Concórdia (2.427); Capinzal (1.593); Fraiburgo (1.339); Tangará (1.315); Porto União (1.250) São Loureço do Oeste (1.144); Salto Veloso (1.115) Rio das Antas (810); Curitibanos (607) e outras cidades da região.        Colatto e Maldaner fizeram 86.725 votos e 93.455, respectivamente, na eleição passada. Ou seja, menos dos 100 mil que um peemedebista precisa fazer para garantir seu passaporte ao Congresso Nacional neste pleito. Saem prejudicados ainda pelo fato de ambos disputarem a mesma base, o Grande Oeste, onde o próprio Cobalchini consegue seus votos; e ambos precisam dos votos daqui para alcançar a eleição.         Prejuízo duplo que indica que com Cobalchini no páreo, cujo nome está estadualizado através da Secretaria de Estado da Infraestrutura, irreparavelmente, um dos dois ficará pelo caminho.

Vice-governador: a alternativa

Final de semana, em Joaçaba, iniciou um movimento nas internas do PMDB que poderá ser um excelente remédio para a falta de espaços políticos para deputado federal. Lideranças acenaram que gostariam de ver Valdir Cobalchini compondo como vice-governador, na chapa com Raimundo Colombo (PSD). É um movimento que ecoará em todo o Estado, com certeza, dada a necessidade do PMDB de renovar e criar novos quadros.    Nesta região do Meio-oeste, este sentimento é mais forte ainda. A região ainda sofre os danos da Guerra do Contestado e depende de desenvolvimento. Um deputado federal ajudaria. Agora, um vice-governador seria perfeito para que o Estado passasse a pagar a dívida que tem com a região. Lideranças políticas e apolíticas manifestam-se nesse sentido. Um movimento que nasceu na pujante Joaçaba, em um final de semana gelado, tem tudo para aquecer a política estadual.