As
terras ocupadas pertencem a uma empresa e são reconhecidas originalmente como
terras indígenas, mas o processo na justiça se arrasta há anos e isso
desagradou os lideres indígenas que ordenaram a nova ocupação.
Cacique Eufrásio ao centro (sem camisa / da esquerda) falou do objetivo da ocupação
Convidado pelas lideranças
indígenas de Fraiburgo, nossa reportagem chegou ao local onde foram montadas as
barracas de lona preta e onde 15 famílias Caingangues, cerca de 40 pessoas
estão acampadas em protesto contra a demora de um julgamento de uma terra
supostamente indígena. Ontem dia 28 de
Janeiro de 2013 elas deixaram suas casas na cidade (Todos pagam aluguel) para
ocupar a área em litigio e criar o acampamento em defesa aos seus diretos a
terra. Esta área fica há apenas algumas centenas de metros do centro de
Fraiburgo, em meio a conflitos com as empresas, hoje o atual titular da terra é
empresa Trombini Papéis, segundo eles querem recuperar a terra que lhes foram
tiradas no século passado e que contém um cemitério indígena anteriormente
catalogado por antropólogos e exaustivamente explorado como apelo turístico
pela cidade. Através desta ocupação
querem acelerar a decisão da justiça federal, onde a questão está discutida em
processo judicial. “O índio precisa de terra ou de uma
decisão que o indenize e lhe dê condição
de comprar em outo lugar suas terras perdidas” disse: o cacique João Eufrásio,
líder dos Caingangues de Fraiburgo. Várias famílias compõe a tribo dos
Caingangues entre eles: Eufrásio, Claudino, Farias, Silva, Salle, Isaías,
Domingos, Pinheiro, Nascimento, Gonçalves, sobrenomes bem comuns à língua
brasileira.
Presença de Familias com crianças de seis meses a seis anos
Ao serem abordados pela nossa
reportagem, fizeram questão de mandarem seus recados: “ a maioria percorreram
muitos quilômetros para participar desta ocupação, estamos cansados, mas como a
causa é justa, vamos até no fim” disse:
Leidiane Eufrásio, filha do líder indígena.
“Temos crianças de seis meses de idade
aqui na tribo e já participando deste evento, também há vários adolescentes, o
que mostra que a causa sobreviverá por gerações” disse João Claudino.
“O que motivou nossa decisão de
fazer nova ocupação foi à demora do estado em nos dar uma resposta, tenho toda
essas famílias na minha responsabilidade e não podemos ficar sem um pedaço de
terra para tirar nosso sustento” disse João Eufrásio – Cacique.
“Não estamos sozinhos, somos
apoiados pelo CIMI, ARPINSUL, FUNAI, ASSINLI, e conselho estadual de Caciques”
e algumas ONG’s do estado, somos pacíficos
, só queremos terra para trabalhar” disse o índio Jean.