29 janeiro 2013

DEMORA NO JULGAMENTO DE PROCESSO IMPULSIONA OCUPAÇÃO DE TERRAS QUESTINONADAS PELOS ÍNDIOS

As terras ocupadas pertencem a uma empresa e são reconhecidas originalmente como terras indígenas, mas o processo na justiça se arrasta há anos e isso desagradou os lideres indígenas que ordenaram a nova ocupação.
 
 
 
Cacique Eufrásio  ao centro  (sem camisa / da esquerda) falou do objetivo da ocupação 
 

Convidado pelas lideranças indígenas de Fraiburgo, nossa reportagem chegou ao local onde foram montadas as barracas de lona preta e onde 15 famílias Caingangues, cerca de 40 pessoas estão acampadas em protesto contra a demora de um julgamento de uma terra supostamente indígena.  Ontem dia 28 de Janeiro de 2013 elas deixaram suas casas na cidade (Todos pagam aluguel) para ocupar a área em litigio e criar o acampamento em defesa aos seus diretos a terra. Esta área fica há apenas algumas centenas de metros do centro de Fraiburgo, em meio a conflitos com as empresas, hoje o atual titular da terra é empresa Trombini Papéis, segundo eles querem recuperar a terra que lhes foram tiradas no século passado e que contém um cemitério indígena anteriormente catalogado por antropólogos e exaustivamente explorado como apelo turístico pela cidade.    Através desta ocupação querem acelerar a decisão da justiça federal, onde a questão está discutida em processo judicial.    “O índio precisa de terra ou de uma decisão  que o indenize e lhe dê condição de comprar em outo lugar suas terras perdidas” disse: o cacique João Eufrásio, líder dos Caingangues de Fraiburgo. Várias famílias compõe a tribo dos Caingangues entre eles: Eufrásio, Claudino, Farias, Silva, Salle, Isaías, Domingos, Pinheiro, Nascimento, Gonçalves, sobrenomes bem comuns à língua brasileira.
 

 
Presença de Familias com crianças de seis meses a seis anos
 

Ao serem abordados pela nossa reportagem, fizeram questão de mandarem seus recados: “ a maioria percorreram muitos quilômetros para participar desta ocupação, estamos cansados, mas como a causa é justa, vamos até no fim”  disse: Leidiane Eufrásio, filha do líder indígena.
“Temos crianças de seis meses de idade aqui na tribo e já participando deste evento, também há vários adolescentes, o que mostra que a causa sobreviverá por gerações” disse João Claudino.
“O que motivou nossa decisão de fazer nova ocupação foi à demora do estado em nos dar uma resposta, tenho toda essas famílias na minha responsabilidade e não podemos ficar sem um pedaço de terra para tirar nosso sustento” disse João Eufrásio – Cacique.
“Não estamos sozinhos, somos apoiados pelo CIMI, ARPINSUL, FUNAI, ASSINLI, e conselho estadual de Caciques” e algumas ONG’s  do estado, somos pacíficos , só queremos terra para trabalhar” disse o índio Jean.