13/09/2011

PUBLICADO NO DIARIO DE FRAIBURGO NA EDº Nº 96

Não será Fácil manter

Após os episódios das greves surgidas em territórios dominados pelo PT e PMDB, como Joinville (Greve dos professores) e outras greves, que afetaram a opinião pública do novo governo estadual, a aliança deste partido com o atual Governador Raimundo Colombo nas entrelinhas parece não estar com a mesma firmeza que as mantinha o ex-governador Luiz Henrique.  O novo partido PSD surge como resposta a essa instabilidade, e deve em muitos municípios ditar a separação entre estas duas siglas.  Neste contexto, cargos municipais com nomeações estaduais estão com os dias contados e a substituição de nomes será inevitável. O Governador Raimundo quer organizar um time forte e independente que possa garantir sua reeleição, e sabe que é necessário eleger o maior número de Prefeitos e vereadores no estado.  Assim sem medo de errar, não será fácil de manter está boa relação.
Grandes Obras
Quem ganha com a realização de grandes obras públicas? Se perguntar para o gestor público ele vai dizer que é o povo, ou a cidade, mas na prática nem sempre é assim. Na maioria das vezes o acesso não é dado ao povo. No Brasil o povo é o “pobre” o rico é considerado outra classe e não faz parte do povo.  Basta observar que as grandes obras não “nascem” ao redor da pobreza, quando são feitas, o acesso é restrito ou controlado.  Em fraiburgo, na roda de conversa tem havido questionamentos a respeito de obras, que não posso negar são várias, umas em andamento outras já concluídas, mas são feitas a custa de que? E localizadas próximo aos patrimônios de quem? Se você conseguir refletir sobre isto, e responder a esta pergunta, entenderá a pergunta inicial, e vai saber que cada vez mais o povo é o menos atendido com as grandes obras.

Posto de Saúde
Como escrevi antes, povo é o mais “pobre” e nada combina tanto com o pobre como tratar problema de saúde em um Posto de Saúde de Bairro.  Bastou esfriar e chover para que o “postinho” como carinhosamente é chamado ficasse cheio de pessoas buscando socorro.  Fui de manhã fazer o controle da pressão arterial e percebi que tinha muitas mães com seus filhos pequenos tentando um alivio. Mas a placa indicava que haveria 10 fichas para um determinado médico e 12 para outro, número insuficiente para atender a todos os solicitantes. Fui até a atendente, que foi muito atenciosa e solicitei uma ficha pra meu filho menor que apresentava quadro de dores na garganta e na altura do pulmão, e ela me explicou que não havia mais fichas. Sugeriu que eu voltasse quinta feira e alertou que amanhã é feriado.  Em uma rápida reflexão, pensei: aqui devem ter umas duas mil pessoas no bairro e ficamos refém de 22 fichas. Como deveremos fazer combinar de forma alternada o dia que ficarei doente? Não adianta fazer grandes obras de saúde perto dos “pobres” se o acesso não lhe for permitido.

Erradicar a pobreza
Por mais complexo que seja o desafio, considero perfeitamente realizável a meta de erradicar a pobreza no Brasil. Imagino que um político que soubesse a fórmula de erradicar este mal da noite para dia, não seria tolo o bastante para não realizar, até pelo prestigio político que isto lhe daria. A decisão da Presidência de colocar o enfrentamento da fome como ponto prioritário da agenda governamental foi de extrema importância.  É pena que este modelo não seja seguido por gestores municipais.  Há uma necessidade humanística de acabar com a fome e pra isto precisamos de políticas públicas voltadas exclusivamente pra este setor. Eu gostaria muito de votar em um candidato e dizer: valorizei meu voto, pois este acabou com a fome do meu povo.

As histórias que o Gustavo conta
Toda cidade tem aquele "personagem" que vive o dia a dia e pelo fato de viverem para a cidade, se identificarem com a cidade.  Exercitam sua arte, e através de sua conversa, de seus comentários ajudam a escrever a história de seus habitantes.  No exercício da excentricidade e nas suas frases de efeito torna se um destaque.  O personagem pitoresco de hoje é o contador de história Gustavo Ribeiro, que com seu carisma e suas “histórias” e com o seu ônibus de transporte de pessoas do interior tornou-se conhecido e respeitado pelo público popular.  Esta coluna é dedicada a homenagear pessoas simples, como você, que faz e conserva a história da nossa cidade, que com passar dos anos fica cada vez mais esquecidas.