QUEM É VALCIR GAIO?
Valcir Gaio (50) Agricultor até
24 anos, hoje empresário do ramo de móveis e materiais de construção, iniciou
sua militância politica no PT em 1982 na cidade de Xanxerê e desde 1996 fazia parte do quadro de filiado
do PT Fraiburgo. Sua vinda para a cidade
maçã foi motivada por questões profissionais.
Neste período, foi filiado, de 2001 a 2008 foi presidente do partido,
onde aponta que o PT teve o maior crescimento (de 70 a 450 filiados). Em 2004 disputou as eleições na cabeça de
chapa obtendo quase dois mil votos.
O QUE ACONTECEU EM 2008?
O nosso partido não conseguiu
coligar, pois havia a pretensão da cabeça de chapa ou de ceder o vice, como não
foi possível, lançamos oito candidatos a vereador com chapa branca, considero que esta não foi uma escolha
acertada pois, o projeto não deu frutos.
QUEM ASSUMIU O PARTIDO ENTÃO?
A partir de 2008 quem assumiu a
presidência foi o sindicalista (SINSER) Gentil Marini, tomando assim outras
decisões e repensando um pouco a filosofia partidária, aplicando mais a
administração de gabinete ao invés daquela de participação popular.
QUE RUMOS TOMOU O PARTIDO EM
2011?
Nesse período (2011) houve
discussão com relação à politica de alianças para 2012. Nas reuniões sempre ficou bem claro a vontade
dos filiados e da maioria dos segmentos organizados de que devíamos criar a
sonhada terceira via (projeto alternativo).
Isso nunca foi contra a politica do governo federal, pelo contrário
sempre foi incentivado. Mas, a condução
do partido liderada pelo presidente Gentil Marini e pelo secretário Jair
Rosentalski tiveram a preferencia de coligar com o PMDB ao invés de tentar
fazer o partido crescer.
ESSA INTERFERENCIA ATRAPALHOU O
PT?
Em minha avaliação, foi por esta
interferência da diretoria que nosso projeto de lançar o candidato próprio com
a indicação ao cargo de prefeito pelo Padre Vilson Maiorque fracassou. Se
tivéssemos feito isso, o partido não tinha rachado e não estávamos discutindo
“afastamentos”.
MESMO COM RESISTÊNCIA O QUE O
PARTIDO DECIDIU?
Como disse: 80% dos militantes
sempre foi contra coligar, queriam chapa pura. E mais contra ainda coligar com
o PMDB (atual administração), fizemos de forma bem clara, honesta,
transparente, o nosso protesto em reuniões, fizemos declarações por escrito e,
no entanto a diretoria , mesmo com minoria optou por coligar com o PMDB.
TEVE UMA CONVENÇÃO, VOCÊS FORAM
OUVIDOS?
Foi um processo tumultuado, não
ouve votação, já havia sido decidido pelos dirigentes, apenas foi comunicado a
decisão de coligar com o PMDB. Nós (80%)
rejeitamos a proposta e mesmo assim ela foi enfiada “goela abaixo”. Só nos restou a indignação, a partir desta
houve a revolta, entramos com um recurso no diretório estadual (intervir ou impugnar),mas,
não havia mais prazo e a decisão ficou mantida.
QUAL FOI A PRINCIPAL MANIFESTAÇÃO
CONTRÁRIA?
Manifestamos de imediato apoio ao
candidato Ivo Biazzolo (coligação pelo futuro do povo de Fraiburgo), criamos um
lema: Sou 13 e Voto 55. Quero registrar
que nossa indignação em momento algum atrapalhou os candidatos a vereador do
PT, deixamos todos livres para que pudessem buscar a sua eleição.
QUAL FOI A REAÇÃO DOS DIRIGENTES
DO PARTIDO?
Além de nos caracterizarem como
“traidores”, eles impuseram várias ameaças na época, que variavam de
afastamento até expulsão. Queriam nos
obrigar a aceitar o que a maioria não queria, agora falam que já estou expulso,
eu não recebi nada oficial, até porque durante a convenção recebi uma carta a
qual foi revogada e convenção.
VOCÊ CONSIDEROU O PROCESSO
DEMOCRÁTICO?
Sou ainda secretário de formação
do partido, entendo que dentro do PT tudo tem que ser democrático, tudo deve
obedecer a regras, mas. Entendo que nesse processo não houve o respeito às
regras, a direção descumpriu com as regras. Assim eu fui o primeiro a
questionar a situação e ser contra.
Continuo contra a forma que estão conduzindo o partido. O partido está
servindo para um pequeno grupo (executiva), considero uma atitude, abusiva,
arbitrária, autoritária, só devo ser expulso com a aprovação de todo diretório
após análise do conselho de ética e não por dois membros da diretoria.
E O FUTURO DO GAIO A QUEM
PERTENCE?
Quero continuar no PT, quero
defender a gloriosa bandeira do PT, quero garantir o fortalecimento do partido,
vou lutar com todas as armas para permanecer nesta agremiação em todas as
estâncias permitidas. Pois, tenho 35
anos de militância sou um defensor da democracia partidária, inclusive defendo
o direito de eles me questionarem, mas que isso seja feita em assembleia e com
todos os filiados, faço este desafio. E
ao mesmo tempo alerta se não houver em curto prazo uma reestruturação do PT
haverá uma desfiliação em massa 80% deixarão as fileiras do partido em breve.