Por César Malinoski — Jornalista de Opinião
A aprovação da Moção nº 32/2025, pela Câmara Municipal de Itapoá, em apoio às reivindicações do Magistério, vai muito além de um gesto simbólico. Trata-se de um movimento político e social com efeitos diretos sobre a dinâmica entre Legislativo, Executivo e a categoria dos professores, que há tempos aguardam um olhar mais concreto do poder público.
Um recado direto ao Executivo (O gesto político)
Quando uma moção de apoio é aprovada por maioria, com assinaturas de parlamentares de diferentes partidos, isso sinaliza algo importante: o Legislativo reconhece a legitimidade da pauta e transfere ao Executivo a responsabilidade pela resposta. Ou seja, a Câmara fez o que está ao seu alcance dentro dos limites institucionais — pressionou publicamente, mas de forma respeitosa, para que o prefeito e sua equipe técnica estudem o impacto do reajuste e do auxílio-transporte.
Esse tipo de ação cria um novo ambiente político: o governo municipal passa a ser cobrado oficialmente a dialogar com a categoria, sob risco de desgaste se o tema for ignorado.
Um desafio real ( O impacto financeiro)
O pedido de reajuste de 41,4% no vencimento-base — elevando o piso de R$ 4.951,00 para R$ 7.000,00 — é, sem dúvida, expressivo. Do ponto de vista fiscal, isso exige um estudo técnico profundo sobre a capacidade orçamentária do município, o comportamento da folha de pagamento e o impacto sobre o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Se aprovado sem planejamento, pode gerar desequilíbrio financeiro; se bem estruturado, pode representar um salto de qualidade e motivação na rede municipal de ensino. O ponto central será a transparência: abrir os números e mostrar se Itapoá tem condições de arcar com o aumento de forma gradual e responsável.
Valorização e permanência ( O reflexo na sala de aula)
Professor valorizado é aluno melhor atendido. E município que investe em educação cria capital humano — o mais duradouro e rentável de todos.
Reposicionamento de forças (O efeito político)
Quando o gesto vira compromisso (A leitura final)
O Magistério saiu fortalecido. A Câmara mostrou sintonia com as demandas da base. Agora, o foco se volta ao Executivo, que terá de mostrar se prefere administrar o problema ou construir a solução.