Uma reflexão crítica por César Malinoski – Jornalista de Opinião
Na correria dos dias e nas turbulências digitais que enfrentamos como comunicadores, nem sempre temos tempo para parar, respirar… e observar. Mas, às vezes, é exatamente isso que precisamos fazer!
Recentemente, ao caminhar por uma passarela de madeira — daquelas que parecem ligar o agora com o que ainda está por vir — me vi diante de um prédio em construção. O sol do fim de tarde iluminava não apenas as paredes ainda inacabadas, mas também uma ideia que há tempos amadurece em mim: a comunicação verdadeira é como um edifício bem projetado — precisa de base, propósito e evolução.
Ali, de braços cruzados, encarei mais que uma paisagem urbana. Encarei uma metáfora viva do que é ser "blogueiro" nos tempos atuais.
Nos últimos anos, testemunhamos uma revolução silenciosa – e acelerada – no modo como nos comunicamos. A explosão das inteligências artificiais generativas, como os famosos robôs redatores e editores de conteúdo, virou o jogo de maneira irreversível. Mas a pergunta que não quer calar é: o jornalismo tradicional, especialmente o escrito, está ameaçado ou apenas sendo desafiado a evoluir?
Como jornalista com décadas de atuação em redação, assessoria e agora como criador estratégico de conteúdo digital, posso afirmar sem rodeios: estamos diante do maior divisor de águas desde a chegada da internet.
O dilema não é a IA em si. É o que faremos com ela.
A IA não é o vilão. Ela é a ferramenta.
A questão real está em quem usa, como usa, e com qual propósito.
Nosso ofício jornalístico — feito de apuração, contexto, ética e responsabilidade social — jamais poderá ser plenamente automatizado. A máquina pode ajudar a montar uma pauta, sugerir títulos, revisar textos. Mas ela não tem vivência, não tem cheiro de rua, nem carrega as cicatrizes de quem errou aprendendo a ouvir os dois lados.
O jornalismo não é só texto. É sensibilidade, é coragem. E isso, ainda, é humano.
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