Ele celebraria 57 anos no dia seguinte à tragédia...
O final da tarde de terça-feira, 1º de julho, ficou marcado pela dor e pelo silêncio das sirenes. Na BR-280, em Rio Preto do Sul, Mafra, um acidente grave ceifou a vida do padre Wilson Maiorki, aos 56 anos — um dia antes de completar mais um aniversário.
Era por volta das 18h34 quando o Fiat Cronos que ele dirigia colidiu com uma carreta. O impacto foi brutal. Bombeiros de Rio Negrinho e Mafra chegaram rapidamente ao local, encontrando o sacerdote ainda ao volante, em parada cardiorrespiratória. Uma bombeira militar, auxiliada por policiais penais que passavam pela rodovia, iniciou de imediato os primeiros socorros. Mesmo com a remoção emergencial e os esforços contínuos de reanimação, Padre Wilson não resistiu. Seu último suspiro foi registrado na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho.
O motorista da carreta, um homem de 51 anos, estava consciente e foi avaliado no local, que ficou sob os cuidados da Polícia Rodoviária Federal.
UM LEGADO DE FÉ E SERVIÇO
Natural de Três Barras, Padre Wilson escreveu seu nome na história ao ser o primeiro sacerdote ordenado em sua cidade natal, em 2001. Sua caminhada pastoral percorreu várias comunidades: Fraiburgo, Irineópolis, Caçador (na Catedral São Francisco de Assis) e, mais recentemente, Santa Cecília, onde exercia seu ministério com zelo, simplicidade e ardor missionário.
Foi também Reitor do Santuário Diocesano, função que desempenhou com escuta atenta e coração generoso, por mais de uma década. Em cada missa, homilia e visita, sua presença irradiava uma espiritualidade concreta, próxima, feita de pequenos gestos e grandes silêncios que diziam muito.
O CÉU ANTECIPOU A FESTA
Ele celebraria 57 anos no dia seguinte à tragédia. A data, que seria de alegria entre amigos e paroquianos, virou saudade. Mas talvez — quem sabe? — o céu tenha preferido acolher o aniversariante antes da festa, para lhe oferecer uma celebração eterna junto ao Pai que sempre pregou.
UM PADRE PRESENTE
Padre Wilson era daqueles que conhecia pelo nome cada família da paróquia. Com voz serena e palavras que ecoavam firmeza e esperança, evangelizava com a vida. Caminhava com seu povo: em romarias, celebrações, momentos de dor e também nas alegrias da vida comum.
DESPEDIDA EMOÇÃO E FÉ
A comoção é evidente nas redes sociais. Amigos, fiéis, colegas de vocação e comunidades por onde passou expressam sentimentos de gratidão e dor.
Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e sepultamento.
Hoje, o céu ganhou um padre fiel. E a terra, especialmente a Diocese de Caçador, recolhe o silêncio respeitoso por alguém que foi mais do que padre — foi amigo, conselheiro, irmão de caminhada.