26/06/2018

Nosso ano só começará depois das eleições


Nosso país respira os sintomas de uma crise bem real. Neste período todos param, aplaudindo times de jogadores milionários que atuam na Copa do Mundo, copa que ainda não empolgou. Os economistas listam prejuízos no comércio, na indústria e até no mercado cultural (livros), o semestre sofreu queda na produção e nas vendas (com desemprego inclusive), pois os leitores acabaram investindo seus recursos para atualizar o seu aparelho de TV (por um novo de 60 polegadas) deixando de lado outros investimentos de primeira necessidade.   Talvez você possa estar pensando este colunista é um estraga-prazeres que nem dá chance para o povo ter um momento de lazer. Nada disso. Penso que temos o direito de momentos de descontração e lazer. Uma coisa é o lazer, outra é a “anestesia programada” em que o povo parece ficar mergulhado, esquecendo as mazelas da nação. O país neste período fica parado e só reagirá após as eleições.  Considero a Copa do Mundo, seguida de eleições uma combinação que não favorece os ânimos dos investidores.  Se temos um ditado que o ano só começa depois do carnaval, imagine carnaval seguido de Copa do Mundo e das eleições gerais.   Ouço os mais velhos dizerem que nós brasileiros temos memória curta – tenho a impressão de que só temos uma vaga lembrança das mazelas do país (O mensalão, os Sanguessugas, o Petrolão, a lava jatos, Operação Patrola, e o escândalo da FIFA, etc.)  Enquanto jogadores de futebol ganham fortunas, continuamos pagando fortunas em impostos para sobreviver. A distribuição de renda no país ainda é bem sofrível, e nenhum plano efetivo tem conseguido dar conta do dilema – nem os planos eleitoreiros montados pelas últimas candidaturas populistas. Não há mais lugar para bravatas e discursos vazios. É preciso um governo que coloque a casa em ordem (Reforma Fiscal) em vez de oportunizar ao povo grandes anestésicos virtuais (Pão e circo), a exemplo da Copa do Mundo. 
“Antigamente a política do pão e circo funcionava em arenas, hoje em dia é em estádios”.    John Barros