Suponha que um
circo chegou em nossa cidade. Adultos e crianças correm para ver o espetáculo e
certamente para rir muito com a atração principal, os palhaços. Centenas de
pessoas pagarão um preço para sentar nas desconfortáveis cadeiras circenses
para aplaudi-los no picadeiro.
Mas, presuma
que o circo venha até você e num momento não muito propício, onde você está num
leito de hospital, chateado, ansioso pela recuperação, com dores e amarrado a
um pedestal. Você não está nem um pouco com vontade de rir nesta situação.
Mas eis que
alguém de cara pintada bate á porta e pede licença. Logo atrás dele vem mais um
bando de palhaços. Só em vê-los entrando você já solta um inevitável sorriso. É
um segundo mágico, um momento de sofrimento que se transforma num pedaço de
felicidade. Eles não terão centenas de pessoas para aplaudi-los mas somente um
espectador, você. Não cobrarão ingresso. Não receberão e não pedirão nada em
troca além da felicidade de tê-lo feito sorrir. O riso vem de graça. Foram 10
minutos em que me senti o Senhor do Picadeiro. Parecia que eu era a atração.
A arte de
fazer rir é um dom que nem todas as pessoas recebem . Imagine então a qualidade
dos artistas que conseguem fazer rir até quem está na situação descrita acima.
Somente pessoas iluminadas conseguem esta proeza. Esta é a diferença que faz o
grupo do Projeto Curando com Amor de Fraiburgo. Doutores estudam durante anos
para curar o corpo mas vocês curam almas. Me diverti muito. Que este grupo
continue a ser merecedor de todo louvor. Vocês merecem mais que somente o meu
aplauso. Albino Martini
( Abaixo a
prescrição dos "Doutores da Alegria".)