Não podemos
criminalizar a política
Como
escreveu Rui Leitão: “Há em curso um processo de criminalização da política urdido
pelas forças reacionárias e a imprensa conservadora, com o propósito de excluir
o protagonismo popular das decisões nacionais. Por trás do discurso de combate
à corrupção existe uma indisfarçável intenção de promover uma incultura cívica
que desmotive os cidadãos a exercerem seu papel enquanto atores políticos”.
O “Salvador da Pátria” e a
frustração
Os
escândalos são preferencialmente os destaques na grande mídia, incutindo,
principalmente nas camadas da sociedade com menos consciência crítica, a ideia
de que todos os políticos são iguais, nivelando-os por baixo. Isso induz boa
parte da população a defender fechamento do congresso, volta dos militares ao
poder e até a falsa convicção de que deveremos eleger alguém que venha com uma
retórica demagógica de que será diferente, a recorrente aposta no “salvador da
pátria”, que nos levou historicamente a tantas frustrações.