Durante anos tenho acompanhado as
eleições na cidade de Fraiburgo e um fato se repete. A cidade novamente não consegue eleger
nenhum candidato “filho da Terra” (Genuíno) à deputado Federal ou estadual. Quando digo genuíno me refiro a alguém que
mora aqui, trabalha aqui, aplica seu dinheiro aqui, e que se empenhará para
desenvolver a cidade, alguém muito bem votado e eleito com maioria de votos da
cidade.
A importância de se eleger um deputado é
simples de entender, trata-se de captação de recursos financeiros para a
cidade. Sabemos que durante seu mandato,
um deputado estadual pode destinar alguns milhões de reais para projetos
locais. Já um deputado federal tem a sua disposição muito mais recursos, sem
contar outras verbas que podem ser obtidas junto aos ministérios.
Além disso, são recursos que podem vir de forma direta para cidade. Mas para isso é necessário eleger um deputado
da cidade. A notícia ruim é que, de novo
Fraiburgo não conseguiu! Por quê? Seria
ausência de lideranças apoiando essa ideia?
Seria falta de projetos políticos comuns voltados para um desenvolvimento
apartidário?
Não acredito que seja isso, e penso que não foi só isso. A política é assim praticamente em todos os
lugares. Então porque outros conseguem e
Fraiburgo não? Para entender este contexto
precisamos prestar atenção nos números desta última eleição.
O primeiro fator que justifica a minha afirmação do título da matéria é
a pulverização dos votos: obtiveram votos em nossa cidade 263 candidatos
diferentes, “não se faz política forte, dividindo, mas, sim somando”.
O Candidato mais votado em Fraiburgo: Carelli do PSDB de Videira obteve
1838 votos e não se elegeu, portanto não devolverá para a cidade. O Candidato
local que recebeu a terceira posição com 1113 votos, Itamar Caon do PSB também
não se elegeu.
Dos dez mais votados em Fraiburgo cinco não se elegeram, ou seja,
tivemos 50% de ineficácia. 39 candidatos
que obtiveram votos em Fraiburgo, se elegeram na corrida estadual, 50% deles
obtiveram votos entre 1 e 85 votos, e será que um deputado estadual que recebe
apenas esta quantidade de votos sente-se responsável pela cidade de aproximadamente
38 mil habitantes? Pulverizamos estes
votos vencedores em 12 partidos, MDB (9 candidatos), PSD (5 candidatos), PSL (5
candidatos), PT (4 candidatos), PSB (3 candidatos), PR (3 candidatos), PSDB (2
candidatos), PP (2 candidatos), PDT (2 candidatos), PV (2 candidatos), PSC (1
candidato), PRB (1 candidato).
Dos eleitos quantos voltarão a nossa cidade trazendo “apoio e oferecendo
ajuda”? Colocamos 44% dos nossos votos
em 38 candidatos que se elegeram e 56% dos votos em 225 candidatos que não
lograram êxito.
Nenhum deste 39 eleitos que receberam votos em Fraiburgo moram,
trabalham, vivem e aplicam seu dinheiro aqui, o que me faz pensar que não terão
vínculos afetivos, sociais e político com a nossa cidade, por isso, não darão
respostas a nossas reivindicações.