03/09/2016

A eleição ainda não acabou com a escravidão

O ato que diz ter libertado os escravos no brasil colônia, foi apenas uma transferência de responsabilidade.  A grande concentração de renda, e os seus “tentáculos” que no dia a dia fazem a manutenção deste sistema, são a prova disso.  Quando você é atraído pelas propagandas e assina um contrato que te financia um bem, está sofrendo o primeiro ataque de um sistema, muito semelhante ao do brasil colônia.     Juros, financiamentos em 80 parcelas, o sistema tira o teu dinheiro, concentra todo capital, te remunera mal, e depois  ofereçe empréstimo pelo qual você ficará pagando, muitas vezes por mais de 15 anos (Sistema habitacional).   A falha já vem lá da nossa constituição, que nos dá o “direito” de receber por um salário mínimo (hoje renda insuficiente)  que em tese deveria proporcionar condição digna de sobrevivência.   Na prática o cidadão, paga energia elétrica, àgua, mantimentos, aluguel, medicamentos, transporte, educação com uma renda insuficiente, se tornando mais um refém do sistema.    Voltamos a depender dos “favores do Rei”, se sou amigo de alguém influente , posso conseguir saúde, ou conseguir um trabalho extra para pagar por aquilo que já é meu direito, mas o brasil colônia não pode me dar.     A escravidão moderna aboliu as correntes de ferro e criou as correntes invisíveis, se você tem, você é, se você é.. você pode, e aquele que não pode é escravo do que pode e assim a história continua no brasil colônia.  O nosso sistema político é desumano, pois permite que poucos “iluminados” cheguem a ter a chance de se tornarem representantes do povo, “somos escravos” das decisões destas minorias, que depois de eleitos raramente se aconselham com seus representados, a não ser de quatro em quatro anos, mas experimente dizer a ele que você eleitor quer se candidatar, e sentirá como os mecânismos de manutenção do “assim está assim deve ficar”  funcionam melhor do que as soluções pro teu problema de sobrevivência.     Estamos caminhando sempre em direção da reprodução de uma sociedade onde os privilégios são para poucos, precisamos de soluções que melhore a vida de muitos.   Já na imprensa, a liberdade de expressão é constantemente  questionada e somos ameaçados com muita frequência  quando informamos situações que ameaçam  os privilégios de quem “pode”.     Um exemplo simples: “quando um produtor rural diz  ao seu trabalhador rural (colhedor de abacate) eu estou cortando as árvores, os abacateiros, e cortarei muito mais no ano que vem, logo não haverá trabalho, ele pode querer estar dizendo, temos muitas frutas (em um mercado regulado pela oferta e procura) o  preço cai, e eu perco dinheiro, ao arrancar os pés de frutas, diminuo artificialmente a produção,  com a falta... O preço sobe, eu gasto menos e ganho mais dinheiro, assustado o trabalhador, concentra-se mais, produz mais e reclama menos, sem contar que vai fiscalizar o trabalho dos demais para merecer continuar tendo um pouco do trabalho que ainda resta.   Continuo a dizer: o escravo nunca foi libertado.