O ato que diz ter libertado os escravos no brasil colônia, foi
apenas uma transferência de responsabilidade.
A grande concentração de renda, e os seus “tentáculos” que no dia a dia
fazem a manutenção deste sistema, são a prova disso. Quando você é atraído pelas propagandas e
assina um contrato que te financia um bem, está sofrendo o primeiro ataque de
um sistema, muito semelhante ao do brasil colônia. Juros, financiamentos em 80
parcelas, o sistema tira o teu dinheiro, concentra todo capital, te remunera
mal, e depois ofereçe empréstimo pelo
qual você ficará pagando, muitas vezes por mais de 15 anos (Sistema
habitacional). A falha já vem lá da
nossa constituição, que nos dá o “direito” de receber por um salário mínimo
(hoje renda insuficiente) que em tese
deveria proporcionar condição digna de sobrevivência. Na prática o cidadão, paga energia elétrica,
àgua, mantimentos, aluguel, medicamentos, transporte, educação com uma renda
insuficiente, se tornando mais um refém do sistema. Voltamos a depender dos
“favores do Rei”, se sou amigo de alguém influente , posso conseguir saúde, ou
conseguir um trabalho extra para pagar por aquilo que já é meu direito, mas o
brasil colônia não pode me dar. A escravidão moderna aboliu as correntes de ferro e criou as
correntes invisíveis, se você tem, você é, se você é.. você pode, e aquele que
não pode é escravo do que pode e assim a história continua no brasil colônia. O nosso sistema político é desumano, pois permite que poucos
“iluminados” cheguem a ter a chance de se tornarem representantes do povo,
“somos escravos” das decisões destas minorias, que depois de eleitos raramente
se aconselham com seus representados, a não ser de quatro em quatro anos, mas
experimente dizer a ele que você eleitor quer se candidatar, e sentirá como os
mecânismos de manutenção do “assim está assim deve ficar” funcionam melhor do que as soluções pro teu
problema de sobrevivência. Estamos caminhando sempre em
direção da reprodução de uma sociedade onde os privilégios são para poucos,
precisamos de soluções que melhore a vida de muitos. Já na imprensa, a liberdade de expressão é constantemente questionada e somos ameaçados com muita
frequência quando informamos situações
que ameaçam os privilégios de quem
“pode”. Um exemplo simples: “quando um produtor rural diz ao seu trabalhador rural (colhedor de
abacate) eu estou cortando as árvores, os abacateiros, e cortarei muito mais no
ano que vem, logo não haverá trabalho, ele pode querer estar dizendo, temos
muitas frutas (em um mercado regulado pela oferta e procura) o preço cai, e eu perco dinheiro, ao arrancar os
pés de frutas, diminuo artificialmente a produção, com a falta... O preço sobe, eu gasto menos e
ganho mais dinheiro, assustado o trabalhador, concentra-se mais, produz mais e
reclama menos, sem contar que vai fiscalizar o trabalho dos demais para merecer
continuar tendo um pouco do trabalho que ainda resta. Continuo a dizer: o escravo nunca foi libertado.