02/06/2016

Coluna publicada no Jornal o Catarinense 03-06-2016


Pesquisa de intenção

Com a aproximação do período eleitoral, aconteceu uma  "invasão" de empresas realizando pesquisas de intenção de voto nas cidades.   Nada que não faça parte do sistema democrático. Pelo contrário, sedimenta muito mais o processo.  Porém, fui abordado em duas ocasiões, na primeira  nada de anormal queriam apenas saber dos quatro nomes em evidência em Fraiburgo.  Na segunda entrevista, a mesma empresa, com nova metodologia, semelhante a aquelas empregadas em pesquisa social.  Quando terminou todas as perguntas a entrevistadora diz: "Qual seu nome, seu endereço e seu telefone"? A principio eu reagi dizendo  como vocês fazem pesquisas e querem identificar com precisão o cidadão? ela respondeu é só para caso de confirmação, para empresa saber se o senhor foi realmente entrevistado.


Pesquisa com intenção

Eu particularmente me senti INVADIDO, CONSTRANGIDO  e desprotegido com o pedido dessa informação,  porém de forma proposital e para  firmar a prova do que falo, dei o meu nome e meu número e aguardo ser contactado pela empresa.   Essa estratégia ascendeu uma curiosidade jornalistica na minha cabeça,  fui para o centro e fiquei longo tempo observando os entrevistadores, cada vez que saía um entrevistado eu me certificava que seu nome, endereço e telefone foi registrado, e todos confirmaram que sim.  Hoje devo consultar o Juiz eleitoral da comarca de Fraiburgo e saber se esta pratica é avalizada pela lei eleitoral.  Se for legal é no minimo desconfortável e invasiva. 

Ilegal ou imoral?

Antes mesmo de eu saber se essa prática é NORMAL e LEGAL, a imaginação começou a funcionar.  No primeiro quadro se essa informação ficar restrita na empresa, pode não causar dolo.  Porém essas pesquisas são encomendadas por pessoas, empresas, entidades, e são pagas.  Fica obvio que quem paga quer as informações  para visualizar sua condição, poder corrigir erros, projetar novas estratégias,  mudar sua rejeição, enfim melhorar a sua campanha em poder dos números.  Mas, se cai nas mãos de um "político habilidoso", ele pode, em poder do seu nome, endereço, do seu telefone, fazer uma visita, ligar, mostrar as amarguras que sua vida vai ficar, ou as alegrias que ela pode ter se MUDAR AQUELA OPINIÃO manifestada na pesquisa.  Imagine se o entrevistado for um servidor público ou ocupa um cargo comissionado?   Bom! depois do exposto, acredito que haverá muitas situações constrangedoras a se imaginar. 

Erros propositais 

Tenho notado, nessas pesquisas, alguns erros primários.   Parece que quem elaborou os nomes e formou os possíveis pares de candidatos coligados, ou desconhece a realidade politica de  Fraiburgo ou quer criar um cenário irreal.   Além do mais cometeram erros na grafia com alguns nomes.  Erros de grafia induz o entrevistado a votar em um nome que lhe parece certo e familiar.  Eu mesmo, acostumado a escrever todo dia o nome de vários políticos, fiquei tentando descobrir quem seria o candidato chamado BRAUM, citado como vice ou o Gelso.  Será que essas pesquisas que contém  nomes com pouco capital politico associado à candidatos de ponta, enquanto alguns favoritos são mantidos com o que eles tem de melhor, não é um forma de privilégio?  Tenho minhas dúvidas e careço de mais observação para fechar a minha opinião neste caso.
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